sábado, abril 01, 2006

treze salas dois períodos

dia desses eu ainda vou andar. andar mesmo, não me deslocar pra outro lugar.
que andar não é só isso. agora tou vendo que não.

então. mas nesse dia em que eu andar, eu vou esquecer de propósito o meu relógio. quer dizer, pra minha mãe eu vou dizer que esqueci, mas pra mim eu deixei guardado mesmo.
o celular também. não, o celular eu levo, às vezes eu tenho vontade de falar com algumas pessoas, e eu posso ter vontade de contar pra elas.

se num lugar onde nunca estive, tanto melhor. porque aí eu posso encontrar pessoas desconhecidas, e elas vão poder me dizer de onde veio essa minha cara cansada, ou por que eu nunca fui o garoto mais habilidoso da sala.

agora eu tenho 13 salas. muitos alunos não aprenderão nada comigo. alguns vão, talvez não sobre arte. outros, sobre arte, mas coisas que eu mesmo não sei.

arte é essa coisa louca, né.

os normais a gente leva pra abstração, os loucos a gente manda pro concreto e o equilíbrio é problema deles.

equilíbrio é uma coisa louca, né.

eu mesmo, aqui, três pras quatro da madrugada, me vejo em duas vias: deixo de ser ignorante ou torno minha ignorância mais charmosa.
(tenho que me lembrar de esquecer o relógio quando andar)

Um comentário:

Ri. disse...

Deixe o celular...

Leve papel e lápis.
Poesia as tres pras quatro da madrugada só voce pode!
Deve!

Meu beijo
Ri.