quarta-feira, dezembro 27, 2006

o dia em que eu ganhei um chapéu

afeto que não sabe de si é o mais doce. mas precisa daquela delicadeza -de ver o espelho e não a sua imagem refletida- que a gente também não pode saber que tem.
ou pode.
mas que esqueça no minuto seguinte. delicadeza tola e sutil, de ver afeto que não sabe de si.

sábado, dezembro 16, 2006

eu me devo um coração

e uma noite de sono para minha mãe

terça-feira, agosto 29, 2006

(mas é que o erro...)

os erros têm me perseguido ultimamente. entenda-se por ultimamente, alguns meses.
alguns?
prometi que não vou gastar horas dos outros contando como acontecem esses erros. dar pinta de fracassado-porém-charmoso perdeu a graça, e eu tenho mania de me concentrar nos motivos que levam erros a se intalarem no meu parco cotidiano.

ai, que falta de vontade.

domingo, agosto 20, 2006

Trata-se de uma situação simples, um fato a contar e esquecer.

Já que me roubaram a honestidade...

-sua pele não tá boa...

-é... eu andei evoluindo.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Numa cerimonia simples, sem discursos, na qual a família chegou até a dispensar a presença do grão-rabino Henrique Lemle, substituido pelo cantor-mór Joseph Aronsohn, a escritora e jornalista Clarice Lispector - ela completaria anteontem 53 anos de idade - foi sepultada ontem no Cemitério Comunal Israelita, no Caju. Cerca de 200 pessoas, entre parentes e amigos, acompanharam o corpo - velado desde sexta-feira no oratório do Cemitério - até o túmulo 123, da fila G, onde ao lado, repousa o corpo do deputado Francisco Silbert Sobrinho.Antes de ser enterrado o corpo da escritora, de acordo com o ritual judaico, foi purificado, sendo lavado, interna e externamente, por quatro mulheres da Irmandade sagrada "Havra Kadisha". No oratório, o caixão, fechado, coberto apenas por um manto negro com uma Estrela de David bordada em prateado foi visitado pelos escritores Rubem Braga, Fernando Sabino, Nélida Piñon e José Rubem Fonseca e pelo embaixador Vasco Leitão da Cunha. Nélida Piñon e José Rubem Fonseca acompanharam Clarice nos seu últimos momentos no Hospital da Lagoa, onde a escritora morreu vitimada por um câncer.Ainda no oratório, precisamente às 11 horas, o substituto do rabino deu início à liturgia lendo, em aramaico, o Salmo 91, do Artigo Testamento, seguido de cânticos em hebraico e de uma leitura, agora em português, de alguns Salmos. Ali, antes do caixão ser conduzido à sepultura, Joseph Aronsohn ainda fez a despedida do corpo, rezando o "El Molê Rachamim". De lá o caixão seguiu até o túmulo 123, onde o filho de Clarice, Paulo Gurgel Valente (o filho Pedro não compareceu por se encontrar com o pai, o embaixador Mauri Gurgel Valente, em Montevidéu) chorou, sendo constantemente amparado pelas tias Elvira e Tânia, também escritoras.A beira do túmulo, Joseph Aronsohn, tendo ao lado Pedro Gurgel Valente, rezou o "Kadish" - oração fúnebre -, enquanto a última homenagem a Clarice Lispector era prestada com o lançamento de três pás de terra sobre o caixão, indicando que "da terra viestes, à terra voltarás". A cerimônia foi encerrada com o substituto do rabino pedindo aos presentes que se voltassem para a direita, em direção ao Oriente, indicando o sentido de Jerusalém.

segunda-feira, julho 17, 2006

eu tenho mesmo essa mania besta de me complicar.

"pelo bem da idéia", penso.

o que era pra ser um simples teste de materiais, já virou um projeto de pesquisa em elétrica.
(eu só queria usar LEDs no lugar de lampadinhas, por não esquentarem e terem um ar mais profissional)

agora fico pensando na carga conceitual disso tudo.
(LEDs têm 'luz química' e incandescentes, 'luz física', se é que posso chamar assim)
poeticamente, a lampadinhas têm mais a ver.

mas LED é tão moderno...

A gente vai ficando tão defendido...

nada vai permanecer
no estado em que está

geleiras vão derreter
estrelas vão se apagar

coisas a se transformar
para desaparecer

e eu pensando em ficar
a vida te transcorrer

pelo tempo que durar

sábado, maio 27, 2006

carta que podia ser minha.

Fernando, você perdoe essa carta que eu desejaria que fosse mais alegre e animadora, como é animadora uma carta sua. Sobretudo para justificar minha insegurança que faz você ficar surpreendido... Mas você deu minha resposta única: "só você sabe a custa de que sacrifícios, no íntimo sou frágil, incerta, descontrolada". Você se espantaria se eu lhe dissesse exatamente isso: você é que tem uma segurança que eu admiro embora saiba a custa de que ela é feita. Me diga como você tem trabalhado, o que tem lido, como vai essa forma de ser alegre que é sua bateria.

Clarice, para Fernando (Sabino).
1946, mas podia ser hoje.

quarta-feira, maio 24, 2006

'educadora' (sic) por alguns instantes

hoje minha mãe topou com um bando de criancinhas arruaceiras no ônibus.
todas saindo da escola.

ela, diante do privilégio de não ser professora, quase jogou um pela janela.

agora ela não reclama mais do meu mau humor :)

quinta-feira, maio 18, 2006

ei

não olha ainda, que não tá pronto!

na verdade, não sei como deixar pronto...

quarta-feira, maio 17, 2006

(

i have a recurrent dream

ciso

às vezes eu preciso mesmo de contato com as pessoas.

mas as crianças me cutucando me incomodam tanto...

terça-feira, maio 09, 2006

time is on my side (?)

esperando turbulências profissio-conceituais baixarem.

ah, Ouro Preto é linda!

do que aqueles escravos eram capazes, hein? que beleza!
(cinismo é um sintoma da turbulência)

sexta-feira, abril 21, 2006

semanas tensas

depois de um par de semanas pastando, as coisas devem começar a funcionar.

ou descambam de vez.

terça-feira, abril 18, 2006

não

eu não estou em paz.
nunca vou estar, o que é bom.
mas desse jeito, não. credo, parece poeminha escolar.
(se meus alunos soubessem escrever o suficiente pra isso)

achei que tinha me livrado das noites mal dormidas, do estômago revirando e das professorinhas chatonildas.

e ainda não vou ver quem eu quero ver. esperar mais uma semana, fazer o quê.

sábado, abril 08, 2006

Aprendi a dizer não sei, o que é um orgulho, uma defesa e um mau hábito, porque termina-se mesmo não querendo pensar, além de não querendo dizer.

Clarice

segunda-feira, abril 03, 2006

60% de água

70% de cansaço

20% de gordura

boas proporções? dá pra casar?

sábado, abril 01, 2006

treze salas dois períodos

dia desses eu ainda vou andar. andar mesmo, não me deslocar pra outro lugar.
que andar não é só isso. agora tou vendo que não.

então. mas nesse dia em que eu andar, eu vou esquecer de propósito o meu relógio. quer dizer, pra minha mãe eu vou dizer que esqueci, mas pra mim eu deixei guardado mesmo.
o celular também. não, o celular eu levo, às vezes eu tenho vontade de falar com algumas pessoas, e eu posso ter vontade de contar pra elas.

se num lugar onde nunca estive, tanto melhor. porque aí eu posso encontrar pessoas desconhecidas, e elas vão poder me dizer de onde veio essa minha cara cansada, ou por que eu nunca fui o garoto mais habilidoso da sala.

agora eu tenho 13 salas. muitos alunos não aprenderão nada comigo. alguns vão, talvez não sobre arte. outros, sobre arte, mas coisas que eu mesmo não sei.

arte é essa coisa louca, né.

os normais a gente leva pra abstração, os loucos a gente manda pro concreto e o equilíbrio é problema deles.

equilíbrio é uma coisa louca, né.

eu mesmo, aqui, três pras quatro da madrugada, me vejo em duas vias: deixo de ser ignorante ou torno minha ignorância mais charmosa.
(tenho que me lembrar de esquecer o relógio quando andar)

é, minha amiga...

telefone é tenso mesmo.
bem que Amanda avisou.

segunda-feira, março 27, 2006

gosto ruim.
chega uma hora em que o desânimo em lidar com escola toma conta.

inevitável, sabe?

e as coisa vão ficando, acumulando...

sábado, março 25, 2006

a boa surpresa

é que tem visita na segunda. e na terça.

(sorrisinho pelo telefone)

anda, lembra logo.

com algum esforço, resgato a prática com tags, adquirida quando eu não tinha mais nada pra fazer (ou achava que não).

sexta-feira, março 24, 2006

so...

nada que um pequeno truque não resolva...

a revolta dos coelhos

...e tem todo aquele papo sobre estereótipos, datas comemorativas consumistas do inferno, coelhos, árvores de natal e corações.

e hoje me cabe fazer o painel de páscoa da escola.

onde, ONDE, meudeus, que essas professorinhas leram que professor de arte = decorador?
foi no estatuto do umbral (de onde elas vieram) só pode.

segunda-feira, março 20, 2006

...

ainda é um pouco difícil ordenar os resíduos pra escrevê-los.

e não é verdade que a mente fica burrinha?

danada...

o peso do conhecimento...

...estourou as minhas sacolas na bienal do Livro.

mais estourado tá o orçamento. eu descobri essa mania de gastar com livros que não sei quando vou ler.
ainda acho melhor que comprar roupas que não sei quando vou usar.

e, inebriado com o consumismo cultural, parto para o Planejamento (não, ainda não fiz).

domingo, março 19, 2006

da indisposição para o niilismo

bar tranquilo.

peça tensa. não precisava.
o mundo é complicado mesmo e a gente tá sozinho, não precisava o ator vir me dizer isso.
por uma hora e meia.

melhor mesmo é voltar pra casa e aguardar mais um pouco pela vontade.

sábado, março 18, 2006

template? ai...

não é de todo feio, mas eu tenho esse hábito-do-mocinho-do-artesanato

e queria umas customizações pra me sentir mais em... casa...

ai
improdutivo.

tempo é só desculpa. um cargo a menos, um tempo a mais, e a vontade que não vem.


vontade.

vontade.

sexta-feira, março 17, 2006

o professor quer que eles não entendam

13.02.06
Postado às 01:12:12 por fabio.teixeira974
Publicado


e não precisa mesmo. mas precisa entender de geografia pra não entender porque que longe é um 'lugar que não existe'.

porque que não se entende as coisas feias, mas precisa não entender as coisas bonitas também.

eu sou o professor. ai se tivesse descoberto tudo isso antes.

Agora eu sou o Prô. Ai cacete.
14.02.06
Postado às 01:25:55 por fabio.teixeira974
Publicado


E assim se deu o primeiro dia de aula.

Ainda me incomoda aquela molecadinha me olhando quieta. Crianças quietas me assustam. Eles estranharam, talvez não imaginavam que homens podiam ser professores. Ou qualquer outra coisa além de imbecis. Tem uns homens tão imbecis...

Mas logo a criançada acostuma. Não demora e eles percebem que eu sou idiota e um pouco imbecil mesmo e acabam montando. Mas talvez eles se assustem mais fácil com caras feias. Eu sei fazer caras feias!

À noite, mais quieto. Adultos disfarçam melhor, mas alguns só ficam na cara de conteúdo mesmo.

sábado, março 04, 2006

carnaval? é... até tentei pular

mas não dá, não sei sambar, sou brasileiro e desisto às vezes.
desisti de tentar entender funk. aliás, até entendo, viu. macacos e focas adestrados fazendo coreografias bobocas e broxantes.

planejamento:
ha ha ha. como o resto da Educação.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

dois cinco seis


















isso é um teste e eu estou cansado